quinta-feira, março 02, 2006

Relacionamentos

“Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração
Não aprendi a me render, que caia o inimigo, então”

(Metal contra as nuvens – Legião Urbana)


Hoje eu quero falar de relacionamentos e a segurança que tenho deles, mas não tenho nem noção de como começar o texto. Tenho apenas algumas idéias desconexas e talvez tão insanas quanto eu.

Eu tenho enorme defeito (ou será qualidade?) de entrar nas coisas de cabeça, mergulhar de ponta sem me importar com a profundidade do rio. Eu sou assim e não sei ser de outra forma. Talvez um dia eu aprenda a não ser nem 8 nem 80. Tenho percebido que a frase que mais definiria minhas atitudes (“quente ou frio, morno eu vomito”) tem me feito bater constantemente com a cabeça no fundo do tal rio.

Quando o fundo é de areia, tudo bem: o impacto é amortecido. Mas quando é de pedra? Já imaginou a dor que causa? Nem quero lembrar! Cada batida no fundo causa dores que deixam feridas no meu ser, no meu coração. As de areia passam rápido, ou só deixam os hematomas; as de pedra sangram, deixam marcas profundas, visíveis.

Por muito tempo, tive vergonha de admitir as cicatrizes deixadas pelo choque com os fundos de pedra, mas comecei a perceber que cada vez que eu me feri, eu cresci. Algumas vezes aprendi lições que não me fizeram mergulhar diferente, mas me ensinaram a lidar de forma mais madura com os próximos choques. Sabe, talvez eu devesse ter aprendido a medir a profundidade do rio antes de me atirar de cabeça louca pra mergulhar nele, mas essa não seria eu.

Quer saber? Não importa quantas vezes já me feri. Na maioria dos mergulhos, eu fui feliz, conheci seres maravilhosos, paisagens perfeitas, evoluí. Feridas sempre vão existir e nem por isso eu vou deixar de mergulhar, não vou deixar meu coração ser petrificado por causa da dor que um dia existiu e que de vez em quando insiste em se fazer lembrar. Vou caminhando de peito aberto, cabelos ao vento, à procura de mais um rio, louca por mais um mergulho, mais uma vez de ponta. Prefiro agir sempre de forma passional e ter algumas decepções a ficar pensando quinhentas vezes antes de agir e acabar por chegar à conclusão que é o melhor é não fazer nada.

Quero ser feliz, apaixonada, estressadinha como sou. Me nego a ser morna, sem graça, sem vida! Sou doidinha como meus amigos me definem, intensa como eu me definiria. Vou continuar mergulhando de ponta e batendo minha cabeça, arrumando feridas onde não puder evitar e como sei que as alegrias são sempre em maior quantidade, as dores serão superadas. Que a saudade venha mesmo que pareça me ferir com um punhal. Eu já tenho força o suficiente para retirar o punhal quantas vezes ele insistir em ferir meu peito.

Muitas pessoas vão entrar na minha vida e nem todas segurarão minha mão e caminharão comigo por belos caminhos. Algumas me farão conhecer a escuridão e me deixarão só. Eu aprenderei com ambas. Relacionamentos não têm seguro. A gente se doa, se dá, se oferta sem segurança alguma de que teremos retorno de tudo isso. Quanto mais me ferem, mais forte eu fico, porque o amor que habita em mim é infinitamente maior do que a maldade de todo o mundo.

(Adaptado)

8 comentários:

Anônimo disse...

vc se mostrou toda nisso q escreveu... lindo, amiga...

Anônimo disse...

pois eh.. realmente foi um dia duro! =)

brigada pelo comentário, brigada pelo apoio e principalmente brigada por ter o tarablho de ler meu post. ^^

o seu está muito bonito.. li o texto... achei perfeito!!

beeijos
=*

Anônimo disse...

Isso aí Letícia, seja sempre cheia de vida! Confie nesse amor maior que habita em você!

Anônimo disse...

Oi Letícia!!!
Eu acredito que cada pessoa que entra em nossa vida nos deixa algo de positivo, nos ensina algo e conseqüentemente nos faz amadurecer.

Eu gostei muito do post, me fez refletir. É difícil ser morno mesmo, talvez morno signifique ser sem vida.

Um beijo carinhoso

Anônimo disse...

Essa é minha namorada!É ISSO AI AMOR!O que você escreveu é muito lindo.As dois anos megulhei em uma linda lagoa nem parece uma lagoa de tão funda.Nesse meu afundar cada dia faço uma nova descuberta em umas me confronto e em outra me apaixono.
te amo

Anônimo disse...

Oi, Lê... Infelizmente naum tive tempo de ler os textos postados anteriormente pq vou dar aula já já, no entanto, naum podia deixar de comentar a beleza da sua criação (ou adaptação, sei lá).

Concordo com o que vc escreveu porque a dor de uma pancada JAMAIS será comparável a alegria de um mergulho.... Da mesma forma que alguns atletas às vezes se machucam seriamente a ponto de amputar uma parte do corpo (ou ficam aleijados) e ainda assim continuam praticando o tal esporte vejo a paixão deles muito claramente. O machucado fica, todo mundo vê, mas ainda que o mesmo ainda doa, a emoção causada nakela prática arriscada é maior e por isso vale a pena.

Anônimo disse...

OLá querida amiga!
Concordo com você, é preferível ser intensa do que fria, sem graça, ou "sem sal" como dizia minha sábia mãe...rs
E em relacionamentos o que não podemos é pensar que um outro alguém vai nos dar a felicidade que queremos, pois isso é jogar no colo do outro a responsabilidade que é individual, a de construir a própria felicidade que decorre do somatório, do conjunto, de nossas escolhas diárias... Mas, com dores ou não, ter relacionamentos é muito bom... produzem crescimento e às vezes são um alerta para não errarmos de novo, né?
Que vc tenha uma semana abençoada na presença de Jesus.
Bjo no coração

Anônimo disse...

Infelizmente a gente pode bater a cabeça um dia e ficar paralitico, isso esta me fazendo ser menos profunda.,..

Beijos

 
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