sexta-feira, dezembro 22, 2006

Andando com Jesus, não há perdas...

É uma pena que lindas histórias de amor se acabem. É uma pena que nem tudo seja eterno, que nem tudo seja como sonhávamos. Mas também é uma pena que se fique preso no passado, remoendo o que foi bom e o que não foi, o que poderia ter sido mas não foi, o que devia ter sido feito mas não foi. È uma pena que se mantenha a porta da restauração sempre fechada, porque ser curado dói.

É sempre mais fácil se esconder, apontar, julgar, fazer suas próprias sentenças, negar perdão aos outros e a si mesmo. É sempre mais cômodo esconder-se atrás dos próprios medos e fracassos, mas eu não quero mais isso pra mim.

Vivi muito tempo agindo assim sem me dar conta. Porém, devagarzinho, mais uma revolução foi tomando espaço em mim, para recolocar as coisas no seu devido lugar. Deixei a doce menina (como chamo meu lado mais doce, inocente, mais essencial) em algum ponto da estrada, mas há algum tempo nos reencontramos e estamos nos descobrindo de novo.

Tudo o que eu queria era um tempo, um tempo só pra mim... Pra cuidar de mim. Já está mais do que na hora de parar com essa mania de cuidar de todo mundo ao meu redor e me deixar sempre pra segundo plano. Alguns vão encarar como egoísmo, mas já dizia a sábia Luka, "tô nem aí". Só eu sei a falta que me faço, só eu sei o quanto é bom gostar de mim.

Nesse processo, precisei romper com o passado, abrir mão de algumas "falsas certezas" que criei ao longo do caminho pra me sentir segura. Não, não era verdade: era só a minha vontade de que fosse verdade. Mas eu não quero mais mentir pra mim, não quero mais relegar meus sonhos, meus desejos - mas também não quero mais pisar em falso. Sei que alguns encaram como dor, perda ou derrota, mas não é assim que Deus tem me feito enxergar. E entre a visão humana e a do Papai, bingo! Eu fico com a dEle.

É incrível ver como quanto mais se anda com o Deus, mas se descobre como Ele é incrivelmente lindo e perfeito. Encantador! Como é lindo ver sua misericórdia a cada dia me atraindo pra mais perto dEle. Como é lindo ver que Ele me ama, apesar de quem eu sou: tão pequena, tão falha, tão incapaz, tão boba. O Deus dos impossíveis, o Rei dos reis, Senhor dos Senhores, o que tudo sabe, tudo vê, tudo controla, o que tem todo o poder, Ele me ama! Ele sempre me abre a porta da restauração, me oferecndo perdão e nova vida, nova chance. Eu não preciso me justificar, porque Ele é a minha justiça: meus pecados estão confessados e perdoados, e não aceito nenhuma acusação do diabo ou de quem quer que seja... Quero aprender a ser como Jesus, que se não revidou as acusações de seus inimigos, e como ovelha muda foi à cruz cumprir o chamado do Pai.

Senhor, eu jamais quero Te limitar na minha vida. Não quero te colocar em “caixas”, em modelos que não correspondem à tua soberania. Não quero fazer como alguns que dizem que Te conhecem e acham que já decodificaram todas as formas e maneiras que Tu tens de agir, dizendo “Deus faz assim” e “Deus não faz assado”. Que o meu coração esteja sempre quebrantado e humilde pra reconhecer Teu mover em minha vida e pronta pra receber o Teu novo...

Senhor, eu Te amo, sou Tua pra sempre...

sábado, março 25, 2006

Átopos

Sim, estou com medo. Odeio admitir isso.
Eu, tão forte, tão decidida, sempre tão na ativa, sempre sabendo o que fazer.
Talvez eu esteja em algum lugar dentro de mim, tão escondida quem nem eu mesma sei como resgatar...

Tenho medo disso nunca passar. A cada um de nós é dado um tempo, eu sei - só tô com medo de não reconhecê-lo.
Tô com medo de que o tempo me enrosque em seus tentáculos, me absorva de tal modo a ponto de ele fazer o que eu deveria ter feito.
Medo de que o tempo não faça nada, e nem eu. Ficaremos os dois assim, brincando de esconder: eu, esperando que ele me consuma, fingindo ignorar sua ação; ele, eternamente efêmero, fazendo de mim o que quiser.

Contrariando tudo o que eu sou e todo o meu bom senso, tudo o que quero é fugir.
Longe. Onde ninguém saiba meu nome. Onde ninguém saiba quem sou. Onde ninguém diga quem tenho que ser.
Eu e você, doce menina. Preciso te reencontrar.
Preciso redescobrir o que provocava teu sorriso. Preciso dos motivos para o teu brilho, que eu, com essa mania de maturidade, teimo em ofuscar.
Preciso da tua inocência, da tua insanidade, do teu medo de escuro. Talvez, o medo que sinto seja a única coisa que ainda me faça crer que você sou eu. Somos uma só, ainda.

Não chore, doce menina - eu sei que você está aí. Eu não te abandonei.
Na verdade, eu sei quando você aparece. Eu sei quando é a sua voz falando alto. Me perdooe por te calar tantas vezes...
A culpa é minha, eu sei, fui eu que deixei isso acontecer.Vai ser tudo como era antes, eu juro.
Você vai ver como tudo vai dar certo, tudo vai ficar bem de novo...
Só preciso tomar coragem. E cuidado.

Antes, preciso chorar. Eu e você, sozinha.

terça-feira, março 21, 2006

Homengem póstuma

Tenho pensado muito sobre as relações humanas nesses dias, principlamente sobre a amizade. É engraçado e curioso como as pessoas se encontram, se esbarram pela vida, e as alterações de rumos que esses encontros provocam.

Ao chegar na faculdade hoje, me deparei com a notícia da morte de um amigo distante, porém muito querido. E imediatamente me lembrei deste texto, creditado à Vinícius de Moraes:

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os."

Hoje, estou torta para um lado. Francisco André, querido, talvez nunca tenha dito o quanto seu sorriso e sua companhia eram importantes pra mim. Apesar de afastados pelo rumo da vida, ver suas fotos e lembrar do tempo que convíviamos sempre deixavam meu dia mais feliz e meu coração mais leve...

Saudades Eternas.

terça-feira, março 14, 2006

Minha geração - olhos proféticos

Esta é a minha geração. Uma geração apaixonada, fascinada pelo seu Noivo, que anseia por vê-Lo face a face e vive de maneira coerente com essa paixão. Uma geração que não é fanática, mas radical: radical contra tudo aquilo que fere a santidade do seu Senhor. Esta é uma geração insaciável, que quer ir mais além do que já tem ido, que tem sede e fome incontroláveis da presença de Deus, que não se conforma em viver nem um dia sequer longe da Sua face. Uma geração que O coloca acima de tudo, e que mais e mais busca estar debaixo do Seu senhorio e fazer a Sua vontade, cumprir Seus planos. Uma geração íntima do seu Noivo, que O adora intensamente, de modo extravagante e sem barreiras. Um povo que se nega a seguir os padrões que o mundo estabeleceu para a juventude simplesmente para ser "igual" aos outros, mas que luta para que os perdidos conheçam a grandeza do amor de Deus. Geração que não apenas canta o amor, mas vive o amor pelos perdidos, pois eles são a razão da morte do seu Senhor. Gerção que é corpo, único, e se esvazia todos os dias em prol da unidade desse corpo. Somos uma geração que quer desesperadamente refletir a glória do Pai neste mundo, salgar essa terra, iluminar as trevas, estabelecer e fazer a diferença da geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido para anunciar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz... (1 Pe 2:9) Escreve através de nós a Tua história, Senhor! Usa-nos para o Teu louvor... Somos apaixonados por Ti!!!

quarta-feira, março 08, 2006

Caught up in emotions

Sabe quando seu coração começa a sentir coisas que você não pediu, não queria sentir e não planejou, e tudo isso de repente? Você não sabe como começou, nem de onde veio e muito menos para onde vai - mas o sentimento está lá. Insistente, pungente e, no mínimo, inconveniente.

Eu estou me sentindo assim. De repente me veio uma tristeza, uma angústia, uma dor no peito... Meu coração está pequenininho, como uma criança quando descobre que Papai Noel não existe. Não sei o que é isso, só sei que não passa. Um bolo no estomago, um grito entalado na garganta. E nem consigo escrever sobre isso, por que é tão forte que nem consigo me concentrar pra descrevê-la...

A dor não passa, mas, aos poucos, eu vou conseguindo percebê-la melhor. Com um pouco mais de atenção, consigo até perceber o que ela quer me dizer. Acho que é a tal "voice within" querendo sinalizar que alguma coisa está errada... E, de fato, está.

Eu sou 8 ou 80, fria ou quente, e do gelo vou direto à explosão. Passou o tempo de me calar, de segurar, de esconder, de adaptar. Acabou a Letícia que todo mundo quer que eu seja, a que eles sonharam. Não vim ao mundo pra realizar os sonhos de ninguém, a não ser os do Espírito Santo na minha vida. Não sou extensão nem complemento de ninguém, e detesto ser vista desta forma! Detesto ter que agir segundo o molde dos outros.

Nao estou falando daquelas concessões normais que fazemos para vivermos em sociedade - estou falando de cerceamento, polimento de liberdade individual. Eu sou quem sou, gostem ou não disso. Tenho meus próprios sonhos, medos, anseios e escolhas a fazer - que são de responsabilidade minha, e de mais ninguém. E agora, a única expectativa que faço questão de responder é a de Deus sobre mim.

Não vou mais deixar que me sufoquem desse jeito!

Sem cobrancas, sem estresse, sem grilos.

Lua adversa
Tenho fases, como a lua.

Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua)

No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

(Cecília Meireles)

quinta-feira, março 02, 2006

Relacionamentos

“Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração
Não aprendi a me render, que caia o inimigo, então”

(Metal contra as nuvens – Legião Urbana)


Hoje eu quero falar de relacionamentos e a segurança que tenho deles, mas não tenho nem noção de como começar o texto. Tenho apenas algumas idéias desconexas e talvez tão insanas quanto eu.

Eu tenho enorme defeito (ou será qualidade?) de entrar nas coisas de cabeça, mergulhar de ponta sem me importar com a profundidade do rio. Eu sou assim e não sei ser de outra forma. Talvez um dia eu aprenda a não ser nem 8 nem 80. Tenho percebido que a frase que mais definiria minhas atitudes (“quente ou frio, morno eu vomito”) tem me feito bater constantemente com a cabeça no fundo do tal rio.

Quando o fundo é de areia, tudo bem: o impacto é amortecido. Mas quando é de pedra? Já imaginou a dor que causa? Nem quero lembrar! Cada batida no fundo causa dores que deixam feridas no meu ser, no meu coração. As de areia passam rápido, ou só deixam os hematomas; as de pedra sangram, deixam marcas profundas, visíveis.

Por muito tempo, tive vergonha de admitir as cicatrizes deixadas pelo choque com os fundos de pedra, mas comecei a perceber que cada vez que eu me feri, eu cresci. Algumas vezes aprendi lições que não me fizeram mergulhar diferente, mas me ensinaram a lidar de forma mais madura com os próximos choques. Sabe, talvez eu devesse ter aprendido a medir a profundidade do rio antes de me atirar de cabeça louca pra mergulhar nele, mas essa não seria eu.

Quer saber? Não importa quantas vezes já me feri. Na maioria dos mergulhos, eu fui feliz, conheci seres maravilhosos, paisagens perfeitas, evoluí. Feridas sempre vão existir e nem por isso eu vou deixar de mergulhar, não vou deixar meu coração ser petrificado por causa da dor que um dia existiu e que de vez em quando insiste em se fazer lembrar. Vou caminhando de peito aberto, cabelos ao vento, à procura de mais um rio, louca por mais um mergulho, mais uma vez de ponta. Prefiro agir sempre de forma passional e ter algumas decepções a ficar pensando quinhentas vezes antes de agir e acabar por chegar à conclusão que é o melhor é não fazer nada.

Quero ser feliz, apaixonada, estressadinha como sou. Me nego a ser morna, sem graça, sem vida! Sou doidinha como meus amigos me definem, intensa como eu me definiria. Vou continuar mergulhando de ponta e batendo minha cabeça, arrumando feridas onde não puder evitar e como sei que as alegrias são sempre em maior quantidade, as dores serão superadas. Que a saudade venha mesmo que pareça me ferir com um punhal. Eu já tenho força o suficiente para retirar o punhal quantas vezes ele insistir em ferir meu peito.

Muitas pessoas vão entrar na minha vida e nem todas segurarão minha mão e caminharão comigo por belos caminhos. Algumas me farão conhecer a escuridão e me deixarão só. Eu aprenderei com ambas. Relacionamentos não têm seguro. A gente se doa, se dá, se oferta sem segurança alguma de que teremos retorno de tudo isso. Quanto mais me ferem, mais forte eu fico, porque o amor que habita em mim é infinitamente maior do que a maldade de todo o mundo.

(Adaptado)

sábado, fevereiro 25, 2006

É carnaval! Alegria! Mas... até quando, mesmo?

É carnaval! Mesmo que você não goste, não tem como escapar do "clima" de folia que se espalha pela cidade. Festa, cor, prazer, tudo levado até as últimas conseqüências, até o talo, pra compensar um ano inteiro de problemas, ralação e desprazeres, e pra se preparar pros problemas que batem à porta depois da quarta-feira de cinzas. Vale tudo - afinal, esses quatro dias são pra isso mesmo, não é? Esquecer dos problemas e "se jogar" na vida! E o que sobra depois disso? O nome não poderia ser mais apropriado: cinzas. Destroços. Restos. Mortificações.

Acho ótima essa alegria, esse sentimento de liberdade, de desprendimento dos problemas. Afinal, não há coisa pior do que viver atormentado pelos problemas do cotidiano, carregando um fardo tão pesado que nos impede de andar em direção à solução destes problemas. Mas por que essa alegria tem que durar só quatro dias? Por que só dá pra ser feliz nessa época do ano? Por que essa "alegria" tem que ser regada a álcool, exagero, promiscuidade, desequilíbrio?

Isso tudo me cheira a falsidade. Mentira. O carnaval é, pra mim, apenas mais um mecanismo do sistema opressor. Vivemos com pouco dinheiro o ano inteiro, ralando pra manter o mínimo de dignidade que ainda nos resta, nos submetendo às condições subumanas (é estranho, né? Mas é assim que escreve) que os nossos governantes nos oferecem. Quando estamos a ponto de explodir, o que nos é sugerido? Quatro dias pra soltar os bichos, pôr de lado o estresse, as mazelas, esquecer o sufoco que passamos durante o ano inteiro. Assim, passamos a achar "normal" a situação em que vivemos. Não tem outro jeito, tá ruim pra todo mundo, né?

Ledo engano (ledo mesmo!). Quem é que disse que a gente tem que se conformar? E quem é que disse que alegria tem que ter data e hora pra começar e terminar? E quem foi que disse que isso aí é alegria? Será que tanta depravação e libertinagem realmente fazem alguém feliz de verdade, profundamente? E por que dependemos das condições pra sermos felizes?

Eu conheço uma alegria que dura muito mais do que quatro dias, e não tem nada a ver com a solução que as religiões oferecem. Tem a ver com Aquele que é o dono da verdadeira alegria, que é capaz de gerar em nós uma paz que excede todo o entendimento (Fp 4:7). Essa paz não está sujeita a dinheiro no banco, saúde, ausência de problemas ou qualquer outra condição que acreditemos ser imprescindível para vivermos bem. É a paz que só aquele que conhece a Cristo com intimidade pode desfrutar. É essa paz que nos faz seguir em frente mesmo quando todas as circunstâncias dizem "não". É essa paz que nos faz sentir uma alegria permanente e real, porque suas raízes não estão fincadas em calendários humanos, mas na morte de Jesus na cruz, que trouxe vida abundante pra todo que crê e aceita esse sacrifício.

"O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (Jo 10:10)


No Carnaval, a diferença entre o "ladrão" e Cristo fica bem clara. O ladrão vem pra roubar a vida abundante, trocando-a por uma falsa sensação de liberdade de duração curta. Ele mata a esperança e a vontade de fazer as coisas darem certo, de não se render ao sistema, fazendo-nos aceitar tudo como está. Destrói os valores morais, a noção de certo x errado, o equilíbrio que nos faz ter uma vida saudável. Mas Jesus vem para desfazer as obras do ladrão, trazendo-nos vida de príncipes e princesas, filhos do Rei dos Reis, desfrutando livremente da Sua presença que transforma todo lamento em baile!

"Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria, para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre."
(Sl 30:11-12)

"Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo"
(Rm 14:17)

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Apaixonada... Simples assim!

Estou apaixonada...

E adoro me sentir assim, neste estado de êxtase, encantamento inicial com as coisas. Não necessariamente com coisas novas, mas pela redescoberta das antigas... E pelas surpresas que Deus me proporciona a cada dia.

Nenhuma palavra que eu conheça é capaz de descrever o que venho sentindo nessas últimas semanas. Só sei que é algo maior que eu, não sei explicar, não sei controlar... E, pelos comentários das pessoas ao meu redor, parece que está bem explícito mesmo. Me sinto mais bonita, mais confiante, mais segura dos meus sonhos... E até mais livre pra lidar com meus medos, anseios, dúvidas e nóias.

Estou apaixonada pelo meu Deus, que tem aberto os meus olhos pra ver o quanto Ele tem me abençoado e me proporcionado viver coisas lindas todos os dias. Estou apaixonada pelo meu namorado, um presente dos mais lindos que eu já ganhei. Apaixonada pela minha faculdade, que abre os meus horizontes e me dá novas perspectivas. Apaixonada pelos amigos que fiz lá nesses últimos dias - encontros inesquecíveis, sem dúvida (you know who you are!). Apaixonada pela música, cada dia mais. Apaixonada pelo meu espaço, pela minha liberdade, pela minha insanidade pontual... Apaixonada por este blog!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Tensão

É impressão minha ou ativaram algum disparador de estresse nas pessoas? Caramba, qualquer coisinha já vira um barraco, uma exigência pelos seus direitos, uma oportunidade de auto-afirmação sobre os outros! Que necessidade é essa que as pessoas têm de se afirmar o tempo inteiro?

Eu aprendi com alguém (não me lembro quem...) que todo inseguro quer um lugar de destaque. Todo esse estresse, essa tensão que exalta o ânimo das pessoas o tempo inteiro e as faz querer brigar, mostrar que não são bobas, que sabem o que querem, pra mim cheira a insegurança. E eu acho um saco isso, essa gente querendo fazer você de cobaia pra mostrarem que elas têm algum valor. E parece que isso só é possível rebaixando e ofendendo os outros (faz sentido, pra você se sentir superior, a saída é inferiorizar os outros!) Às vezes, tenho que respirar fundo e pensar 500 vezes pra manter o controle diante de gente assim.

Não há que se provar pra ninguém quem você é de verdade - a vida se encarrega disso ao longo do tempo. E por mais esforço que se faça para parecer algo diferente, a tão falada máscara cai um dia, e não há como escapar. Sem que falar que, pra vivermos em sociedade, uma regrinha básica é a tolerância... Ah, já havia me esquecido - no mundo de hoje não há espaço pra isso, né? Só há espaço pros egos feridos.

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há..."

sábado, janeiro 07, 2006

Dança da Solidão

Eu gosto de ficar sozinha, embora isso quase nunca aconteça. Estou sempre rodeada de muitas pessoas, onde quer que eu vá. Talvez por isso, desenvolveu-se em mim a estranha habilidade de estar sozinha mesmo em público.

Não é que eu não goste de gente - pelo contrário. Amo gente, amo cheiro de gente, amo gente que não tem medo de ser gente. Amo estar rodeada de amigos, amo a risada deles, amo os olhares... Amo até gente estranha aos meus olhos, gente que não conheço, até gente que me incomoda. Mas todo mundo precisa ficar sozinho ás vezes, só você e ponto. E como eu quase nunca consigo fazer isso, a necessidade desses momentos "a sós comigo mesma" torna-se mais presente e insistente.

Ainda tem o agravante de, aqui em casa, não haver o mínimo de respeito pela privacidade alheia (considerada como "frescura" por aqui). Todo mundo entra a hora que quer, fala o que quer, dá palpite na sua roupa, no seu namoro, na arrumação do seu quarto, no corte do seu cabelo. Não consigo nem orar em paz que já vem gente querendo saber porque eu tô chorando/rindo/quieta.

É por isso que bato tanto o pé por um quarto só meu. Acho que, mesmo depois que eu casar, além do quarto que vou compartilhar com meu marido, vou querer um quarto só pra mim. Preciso ter meu espaço, meu canto. Guardar minhas agendas antigas sem ter o perigo de ninguém ler e nem ter que responder pra que eu quero guardá-las. Guardar meus discos da infância, minhas bugingangas, as cartas dos amigos, as lembranças do ex-namorado. Ficar sozinha, me curtindo, curtindo quem sou, quem me tornei ao longo dos anos e planejando (ou não) quem pretendo ser. Curtindo o meu Deus, com liberdade pra chorar, falar, gritar, dançar, calar, me expor diante dEle, deixar que Ele me mostre quem sou, que cure minhas feridas, que ministre ao meu coração.

Coloco o celular pra despertar de madrugada. Vou pra sala, abro a janela e sento no parapeito. Acham que estou com insônia ou que estou com problemas e não quero me abrir. Deixa pra lá. Eu sei bem o que estou fazendo ali...

I'm not a girl - there is no need to protect me
It's time that I learn to face up to this on my own
I've seen so much more than you know
Now don't tell me to shut my eyes
I'm not a girl, don't tell me what to believe
I'm just trying to find the woman in me
All I need is time, a moment that is mine
While I'm in between
I'm not a girl
But if you look at me closely
You will see in my eyes
This woman will always find her way...
 
Revolução em Mim. Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino